Afirmações como “grávidas não devem comer carne suína” ou “os judeus devem ter um motivo para não comê-la” acabam por espalhar alguns mitos sobre o alimento.
Considerá-la uma carne perigosa, por exemplo, é uma das afirmações que, segundo o nutricionista José Dorea, professor da Universidade de Brasília (UnB), já não faz sentido há pelo menos uns 100 anos.
“Primeiro, é importante que se entenda a diferença entre risco e perigo. Risco existe sempre e diante de qualquer coisa. Se você anda na rua, existe o risco de ser atropelado. Já a noção de perigo é diferente e não faz sentido com relação à carne suína”, explica.
Segundo o especialista, o medo de adquirir uma doença depois de comer carne suína nasceu porque, no passado, os animais eram criados no entorno das casas, sem qualquer condição de higiene ou saneamento. Uma realidade bastante diferente da que se vive atualmente.
“Hoje, as carnes têm excelente procedência, os animais passam por serviços de inspeção rigorosíssimos e, sendo assim, quando a carne chega à casa das pessoas é porque está pronta e apropriada para o consumo. Se incidentes acontecerem, serão com qualquer carne, não só com a suína”, diz.
“Em tese, os mesmos microrganismos e parasitas que poderiam ser transmitidos pela carne suína também podem ser disseminados por frutas e verduras mal lavadas”, compara a médica veterinária Roberta M. Züge, da Ceres Qualidade Consultoria e Assessoria e membro do Conselho Científico de Agricultura Sustentável. Ou seja, a especialista aconselha que o consumidor fique sempre atento à procedência dos alimentos.
Religião
Outra razão que contribui para esse mito se propagar é não compreender o porquê de alguns povos fazerem restrição ao consumo de carne suína.
No mundo judaico, o tema da pureza e a proximidade com a santidade é muito importante. E o porco era considerado um animal impuro, devido à forma como era mantido antes do abate, há centenas de anos.
De acordo com a Associação Brasileira dos Descendentes de Judeus, o povo judeu tem que se abster de comer esse tipo de carne não porque faz mal à saúde, mas sim porque a lei divina é suprema.
Os muçulmanos também não podem comer carne suína, mas esse alimento não é a única restrição. Eles também são proibidos de comer coelhos, peixes sem escamas e sem barbatanas, avestruz e todos os répteis que rastejam. A proibição desses outros alimentos é mais uma prova de que não se trata de perigos da carne ou qualquer outra razão que não seja o respeito à religião e aos seus costumes.
FONTE: José Garrose Dorea, nutricionista da Universidade de Brasília (UnB).
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